quarta-feira, 20 de maio de 2009

Eu defendo Nielsen

Já faz um bom tempo que venho acompanhando e vendo diversas pessoas (geralmente arquitetos de informação) dizendo que Jakob Nielsen não presta, ou que sua visão é antiquada ou que suas idéias morreram ou não servem mais perante a web que encontramos hoje em dia.

Tudo besteira.

Ele foi e ainda é uma referência para todos os profissionais da área.Fico triste em ver que pessoas que estão no mercado de AI a menos de 4 anos e é a maioria segundo as pesquisas do Guilhermo Reis (56%) difundirem com tanta propriedade que os dias de Jakob estão contados.

Digo isto principalmente pelo fato da grande maioria, nem sequer realizar testes de usabilidade com usuários para entender de fato quais são os problemas por eles enfrentados. Muitos trabalham com sites específicos, hotsites ou sites que não apresentam acesso em massa como um internet banking por exemplo.

As mesmas pesquisas do Guilhermo Reis mostram que menos de 25% dos arquitetos que responderam a pesquisa, tem como prática o teste de usabilidade. Por isso acho que é necessário que estas pessoas tenham um pouco mais de cuidado ao disparar inverdades sem conhecimento de causa.


A diferença entre o conhecimento e a prática do teste de usabilidade apontada no estudo mostra o quão infundado são estes argumentos.
Aproximadamente 23% dos entrevistados tem como prática o teste de usabilidade, ou seja, não conhecem de fato o comportamento do usuário, apenas fazem conjecturas de como ele deve se comportar em determinados sites. (não tiro o mérito das análises de personas e outros métodos para conhecer os usuários).

Posso afirmar com conhecimento de causa que os problemas enfrentados pelos internautas brasileiros ainda são os básicos, muitos deles apontados no famoso 'Projetando Webisites' (Jakob Nilsen 2000).
Mesmo após 9 anos de sua publicação original o nosso público ainda sente as dificuldades encontradas nos primórdios da web comercial aqui no Brasil.
Muitos ignoram o fato de termos uma classe C e D emergentes que passam agora a ter acesso a internet. Talvez muitos ignorem que existe por exemplo um movimento forte de bancarização desta classe emergente (65% da população brasileira não é bancarizada, revista CIAB ed.97) e que pra eles as dificuldades ainda são aquelas de 2000, as básicas.
Tento não ser grosseiro aqui, mas tenho me indignado com os achismos, diante dos números que apresento.
O profissional mais antigo de usabilidade( e digo em tempo de trabalho) aqui no Brasil que conheço, trabalha com isso a 10 anos. Vejam bem somente 10 anos! Não é como um engenheiro ou um dentista que tem tradição de gerações realizando um trabalho.
Não gosto de prepotência, passei dos 30 e acho que os mais jovens devem beber na mesma fonte que os mais velhos ao invés de achar que o conhecimento deles é antigo demais para ser usado hoje.
É preciso entender que as necessidades de usabilidade no Brasil não são as mesma que nos E.U.A, estamos anos luz atrás do conhecimento destas pessoas que só fazem isso a décadas. Os nossos usuários estão da mesma maneira a anos luz dos usuários de internet dos E.U.A.

Digo isso tudo pois sou um peixe fora d'agua dentro das estatísticas apresentas pelo Guilhermo Reis. trabalho em uma consultoria onde o nosso único foco são testes de usabilidade. Testar interfaces em laboratótio faz parte do meu dia a dia e afirmo com propriedade, Nielsen não morreu pra usabilidade, a cada 2 ou 3 anos recebemos novos livros, releases que norteiam os acontecimentos que estão por chegar aqui no Brasil, com uns 10 anos de atraso.... mas que chega, isso chega.

The Research-Based Web Design & Usability Guidelines

Desenvolvido pela U.S. Department of Health and Human Services apresenta em um livro 209 diretrizes para o desenvolvimento de sites.
Não li ainda mas terminei o download (160mb) para ler depois.
Parece ser um material interessante, segue aqui uma parte do texto de intridução do livro.
No linké possível fazer o download do material completo.
Abs.

The Research-Based Web Design & Usability Guidelines (Guidelines) were developed by the U.S. Department of Health and Human Services (HHS), in partnership with the U.S. General Services Administration. This new edition of the Guidelines updates the original set of 187 guidelines, and adds 22 new ones. Many of the guidelines were edited, and numerous new references have been added. There are now 209 guidelines.The Guidelines were developed to assist those involved in the creation of Web sites to base their decisions on the most current and best available evidence. The Guidelines are particularly relevant to the design of information-oriented sites, but can be applied across the wide spectrum of Web

Link http://www.usability.gov/pdfs/guidelines.html#2