quinta-feira, 30 de outubro de 2008

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Preparação de ambiente de testes

Uma das etapas de um teste de usabilidade é a preparação do ambiente.
Para os testes em geral é utilizada uma mesma infra-estrutura, computadores, câmeras, softwares de captura de tela e etc.
Porém, existem alguns componentes extras que podem ajudar na hora das entrevistas. Sempre tenha um bloco de papel e caneta caso seja necessário alterar algum dado que será passado ao entrevistado. Uma prancheta também pode ajudar muito caso o teste esteja sendo realizado com um facilitador dentro da sala, isso evita que o entrevistado fique olhando os papéis tentando adivinhar qual será sua próxima pergunta.
Nunca cometa o erro de 'achar' que todo o material está pronto e funcionando, se possível teste os equipamentos e metodologias que serão utilizados pelo menos um dia antes do início dos testes, isso lhe trará tempo para raciocinar e achar um plano B caso seja necessário. Esse tipo de ajuste se tiver que ser feito antes do início do teste pode trazer ansiedade ao facilitador que terá que lidar com uma situação inesperada durante a entrevista. E acreditem, essas situações já ocorrem normalmente sem necessidade de interferências externas.
Uma planilha com os principais itens que normalmente são utilizados nos testes pode servir de checklist para ter certeza que todos os pontos estão sendo cobertos.
Em alguns casos o teste pode ser realizado em uma estrutura diferente de uma sala de espelho convencional, ou em algum ambiente desconhecido pela equipe de usabilidade. Neste caso, é necessário uma atenção redobrada, desde a preparação do ambiente de testes, como o acesso dos entrevistados ao local, estacionamento, alimentação se houver alguma e etc.
A soma disso com certeza não será percebida pelo cliente, mas a falta de organização e recepção inadequada do entrevistado com certeza pode fazer o resultado de um teste ir por 'água a baixo'.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Remuneração em testes de usabilidade

Hoje vou falar um pouco sobre remuneração para testes de usabilidade.
Recentemente ví um tópico interesante em uma lista de discussão sobre qual o valor que deve ser pago, se deve ser pago alguma coisa e se existe uma tabela para isso.
Bom, vou começar pela última dúvida. Pelo que eu saiba não existe uma tabela, até porque a gratificação irá variar de acordo com o cliente. Não adianta oferecer R$50,00 para um médico cuja consulta vale R$300,00. Ou seja para este perfil não vale dinheiro e sim alguma outra gratificação.
Já conversei com diversos recrutadores e todos julgam importante existir uma gratificação pela participação mas se deve ser dinheiro ou outra coisa depende.
Existe também a preocupação com a política de empresa e o perfil entrevistado.
Por exemplo, ano passado realizei um teste de usabilidade para um site com produtos infantis, para crianças de de 6 a 12 anos.
A gratificação em dinheiro era para os pais (pois eles que levavam as crianças) e a criança que era realmente o 'objeto' dos nossos estudos recebia um brinde, pois a empresa proibiu de entregarmos dinheiro para crinças para evitar problemas judiciais.
Ou seja,se não pode ser dinheiro ou não há verba para isso. Use a criatividade.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Teste URA - Unidade de Resposta Audível

Hoje, vou falar um pouco sobre testes de usabilidade em URA, o nome pode soar estranho para alguns mas certamente todos já tiveram a oportunidade de falar com uma.
Quem já ligou para qualquer telefone de auto-atendimento e teve que digitar 1 para isso, 2 para aquilo, 3 para aquilo outro e zero para falar com o atendente sabe do que estou falando.
A uns 2 anos atrás tive a oportunidade de participar de um teste deste tipo, mas como ouvinte atrás do espelho, fazendo apenas algumas anotações pontuais.
Esta semana estou participando novamente de um teste deste tipo, mas desta vez como moderador, então, vou registrar aqui algumas de minhas impressões.

1 - Dinâmica totalmente diferente de testes em websites de qualquer natureza e ATMs. Não existe o visual portanto o cliente não tem como apontar com o mouse muitas das dificuldades que o sistema apresenta.
2 - Ainda falando em dinâmica a URA em si fala muito, portanto quando o usuário está em dúvida sobre o que fazer tem que ouvir tudo, isso faz com que o teste se torne moroso (na acepção total da palavra ou seja, lento e difícil de realizar).
3 - Exige uma dose de paciência grande do moderador, pois alguns usuários quando não conseguem realizar uma tarefa ou acham que não entenderam as opções, muitas vezes não encontram um 'porto seguro' como em webistes, ou seja, não existe 'logotipo' ou botão 'home' para voltar para o início.Mesmo que muitas vezes a URA apresente uma opção para retornar ao menu anterior ou ao menu principal.Nestes casos ele prefere desligar e iniciar todo o processo novamente.

Existem outros pontos interessantes em testes desta natureza. Geralmente o cliente em um teste de website faz perguntas, questiona o moderador, tenta arrancar alguma resposta.
Mas quando se trata de URA, muitas vezes ao fazer essas perguntas o usuário está perdendo a opção correta que ele deveria selecionar. Aí eu volto a mencionar o item 3 do parágrafo acima.

Por outro lado, todo este tempo que o cliente está ouvindo as opções deixa tempo livre para que o moderador possa analisar a próxima tarefa.

Resumindo, é um ótimo aprendizado para um moderador de testes de usabilidade.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Mais sobre testes em ATMs

Falando um pouco mais sobre testes de usabilidades em ATMs, além de todas as preocupações já citadas no outro post o teste em si traz algumas preocupações diferenciadas. Vou comentar apenas os pontos divergentes de testes em websites. Algumas empresas aplicam testes de usabilidade levando em consideração em seu roteiro o tempo gasto na realização de uma tarefa, medindo desta maneira a eficácia de determinado sistema. Por padrão este tipo de medição não funciona em um caixa eletrônico, pois em média a sessão irá expirar em alguns poucos segundos ou dependendo da tela em no máximo 1 minuto. Somente esse fator já o suficiente para alterar a dinâmica de um roteiro de tarefas para este tipo de teste. Ou seja, requer um roteiro enxuto, dinâmico, muito mais focado na observação da maneira como o caixa é utilizado que em qualquer espécie de medição. Também diferente é a forma como esse usuário utiliza o sistema. em websites de e-commerce por exemplo, em um primeiro momento existe uma grande preocupação com a idoneidade do fornecedor do produto/serviço e depois existe uma preocupação com a entrega deste serviço/produto. Em ATMs o grande foco de preocupação é a segurança.Não se o sistema é seguro, e sim se o local é seguro, se tem alguém observando ou se uma fila atrás do cliente. Por isso a utilização é sempre rápida e objetiva sem muito tempo para grandes devaneios em frente ao monitor. Dito isso, em muitas das entrevistas que realizei ou que tive a oportunidade de presenciar é comum o cliente realizar uma operação e imediatamente finalizar o sistema o que não deixa tempo para o moderador validar alguma informação importante que esteja na tela. Ou seja, é necessário um moderador com uma dose extra de jogo de cintura e paciência pois certamente será necessário realizar uma mesma tarefa mais de uma vez afim de se obter o retorno sobre determinada tela do sistema. Também é possível de alguma maneira validar ou entender alguns modelos de mapa mental de forma bem sucinta uma vez que estou falando de destes de usabilidade, mas mesmo assim se houver algo gritante, observadores experientes conseguem perceber rotas entre as transações que necessitam de adequação. Enfim, são testes que exigem uma maior atenção do moderador, um roteiro de tarefas diferenciado, e claro a boa e velha paciência.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Heurística x Benchmarking

Achei no wiki 2 definições bem interessantes sobre estes 2 temas que estão diretamente relacionados com o trabalho do especialista em usabilidade.

Análise heurística - É a parte da pesquisa que visa favorecer o acesso a novos desenvolvimentos teóricos ou descobertas empíricas.
Benchmarking - é a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior.

Antes de entrar no assunto em questão acho importante frisar que os 2 tipos de análise fazem parte do dia a dia do especialista em usabilidade.
Através da prática do benchmarking é possível conhecer as melhores práticas utilizadas pela concorrência e através da análise heurística é possível determinar pontos de atenção no site do cliente.
Geralmente quando produzimos os trabalhos seja de análise ou de benchmark, o produto final é bem segmentado, separando bem a visão.
Geralmente na análise heurística mais de um profissional faz a análise sem a interferência do outro para que no final possam comparar os pontos de atenção e a partir daí concluir os reais pontos de melhoria para o site/sistema em questão. Mas no dia a dia nem sempre é assim. Muitas vezes um único profissional deve fazer a análise da concorrência enquanto no site do cliente (contratante) deve fazer a análise heurística.
No começo desse ano me vi em uma dessas situação onde devia assobiar e chupar cana ao mesmo tempo.
O cliente contratou (e pagou) um benchmarking, porém ele gostaria que colocássemos nas nossas observações pontos de melhoria no site da concorrência como forma de prevenir as mesmas falhas'. Ou seja fazer uma análise heurístisca em cima do benchmarking!
Geralmente utilizo marcações para diferenciar pontos estratégicos. Mas como proceder nesse caso? Não posso fazer uma heurística para um cliente que contratou um benchmarking, além do que a chance de eu não entregar nem um nem outro é muito grande, pois o enfoque do projeto muda.
Refiz algumas análises de trabalhos anteriores e cheguei a seguinte conclusão. . Eu faria o benchmarking como normalmente faço mas colocaria breves comentários sobre pontos de observação mas sem o enfoque que utilizo normalmente, ou seja, sem sinais de atenção a não ser os prioritários.
É um trabalho difícil, pois como consultor você acostuma a ter o olhar sempre crítico, mas em uma análise de pontos fortes da concorrência, o texto tem que ser coerente com a proposta do projeto.
No final das contas deu tudo certo,entregamos um benchmarking com pitadas de heurística e o cliente ficou bastante satisfeito.

Projeto para ATM

Atualmente estou trabalhando em um projeto para caixa eletrônico. Óbvio por sigilo de trabalho não posso revelar o nome do banco . Já participei de outros 2 projetos desta natureza e é um teste muito curioso, pois tem as suas peculiaridades.
Tive a oportunidade nos últimos 2 anos de participar de alguns testes de usabilidade para caixas eletrônicos.
Gostaria de compartilhar algumas peculiaridades deste tipo de teste.

Em primeiro lugar a dificuldade de se testar uma caixa eletrônico. Em 2 oportunidades os testes ocorreram dentro de uma sala de espelho comum. Para que o teste fosse realizado foi necesspario uma vistoria em diversas salas em são Paulo, pois era necessário validar algumas informações.
1 - Era necessário que fosse uma casa térrea, pois o peso de aproximadamente 800kg se tornaria impossível de subir por escada ou elevadores comuns.
2 - O piso da casa não podia ser de ladrilho, pois o peso com certeza iria danificar a estrutura do piso.
3 - Fui juntamente com um engenheiro do banco, verificar as condições de energia e telefonia do estabelecimento, pois como o caixa em um primeiro teste estava em produção, era necessário ter acesso a internet e sistema de energia compatíveis com o caixa eletrônico.
4 - Existe toda a logísitica do transporte de instalação de um caixa eletrônico.
5 - Para o teste foi alocado um segurança na região durante todo o período noturno, em reunião com o contratante chegamos a conclusão que todos nós dormiríamos mais tranquilos se houvesse um segurança na região. O custo e um equipamento destes (sem dinheiro) chega facilmente a 1 milhão de reais!
6 -Prepar a sala especialmente para o teste, pois a câmera convencional não filmaria no usuário interagindo com o equipamento. Foi necessário um certo malabarismo para conseguir posicionar uma câmera em uma posição de fácil observação para as pessoas atrás do espelho. O equipamento fazia o processo normal, trasmitia a imagem para uma televisão que estava na sala de observação.
7 - E o mais importante de tudo! Ter certeza que o caixa eletrônico passava na porta! Este foi um grande desafio, pois a maioria das salas de espelho não está adaptada para este tipo de teste. Algumas possuem o batente elevado para vedar o som, mas erguer um equipamente de quase 1t não é a coisa mais simples do mundo. E também a questão do tamanho do equipamento em relação as dimensões da porta. O equipamento que utilizamos possuia aproximadamente 78cm, o que dava uma margem mínima no hora de passar o caixa pela porta.
8 - Posicionar o caixa dentro da sala. Um vez que ele estivesse no lugar, nem uma tempestade poderia remove-lo dali.

O teste em si tem várias peculiaridades. Mas isso eu irei descrever em um próximo post.

domingo, 29 de junho de 2008

Como funciona no dia a dia

Acredito que antes de mais nada isso irá depender de diversos fatores.
1 - tamanho da empresa
2 - quantidade de funcionárois
3 - segmentação de cada um desses funcionários.

Claro existem diversos outros fatores, mas minha intenção é falar do dia a dia do profissional e não do sistema como um todo.

Antes, deixa eu apresentar a empresa.

Lumens consultoria digital. É o antigo braço de consultoria em usabilidade da e-bit.
A empresa foi fundada com o mesmo quadro de consultores (hoje está diferente) que tinhámos na e-bit.

Hoje oferecemos alguns serviços dentro da área de consultoria.
Análise da concorrência (bechmarking)
Testes de usabilidade
Consultoria, que é o replanejamento ou planejamento do site/sistema.

Aqui, vou tentar falar um pouco do dia a dia em cada uma desas tarefas, algumas mais interessantes outras menos. Porém, todas importantes para o profissional e para o trabalho.